Eu quero liderar uma frota humanitária de ajuda ao povo iraniano. Se eu decidir me aproximar o Irã ali pelas águas do Golfo Pérsico, numa embarcação israelense, quais são as chances eu tenho de sair vivo desse meu ato humanitário? Ah, eu também lastimo os dez mortos da tal frota. Os “humanistas” que tentaram furar o bloqueio a Gaza, tenho de reconhecer, já saíram vitoriosos. Dez pessoas morreram. Mas o que são 10, 10 mil ou 10 milhões de mortos para esses amantes da humanidade? Nada! Os cadáveres que produzem são o sal da terra de sua luta.
É evidente que a frota humanitária, liderada por uma “ONG” turca (!!!), era uma provocação destinada a provocar o que provocou. Ainda que se possa discutir se o bloqueio é justo ou injusto, é evidente que ele não seria quebrado à força, pouco importa o pretexto — no caso, levar alimentos e ajuda humanitária.
O governo de Israel diz que a agressão partiu dos “humanistas”, que teriam sacado contra seus soldados. A chance de que essa versão seja ao menos considerada é nula. Nem mesmo se noticia que furar um bloqueio militar corresponde a provocar homens preparados para a guerra, pouco importa quem o pratique. A versão que prospera é a de que pobres inocentes levando comida para os palestinos foram assassinados por brucutus israelenses.
Quem liderava o grupo? Uma ONG turca conhecida pela sigla IHH. Quem comanda a dita-cuja? Um senhor chamado Bülent Yildirim. A IHH é mais uma dessas entidades que usam ações humanitárias para esconder o apoio ao terrorismo. Na foto acima, vemos Yildirim, que costuma comparar a situação dos palestinos em Gaza à dos judeus nos campos de concentração nazistas, em companhia de Ismail Haniya, o chefão do Hamas, grupo terrorista que governa Gaza. Há indícios de ligações da IHH com o jihadismo, especialmente a Al Qaeda. Volto ao assunto, mas encerro este post com uma indagação: por que os humanistas não tentaram furar o bloqueio à Gaza pelo lado egípcio, por exemplo?
Reinaldo Azevedo, colunista da Veja. Publicado: Blog do Reinaldo na Veja
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